Tendências do Varejo, Serviços e Indústria no Brasil e em Santa Catarina: Perspectivas para 2026 

 O desempenho do varejo, dos serviços e da indústria no Brasil e em Santa Catarina mostra sinais distintos de dinamismo e desafios para o próximo ano. A análise da B2B Inteligência Competitiva indica que, embora o crescimento continue positivo, o ritmo será mais moderado em 2026, exigindo maior eficiência operacional e estratégias de fidelização para sustentar margens e participação de mercado. 

Varejo: Crescimento mais lento e consumidor cauteloso 

Entre 2023 e 2024, o varejo brasileiro apresentou recuperação significativa, de +1,7% em 2023 e +4,7% em 2024, ambos já descontados da inflação (PMC/IBGE); já em 2025, a expansão foi positiva, mas menor, com um índice de +1,8%, o que reflete uma maior inflação e uma estabilidade na empregabilidade. Para 2026, as projeções indicam crescimento real de apenas +1,5% no Brasil e +2,0% em Santa Catarina, confirmando a tendência de desaceleração. O consumidor estará mais racional, cauteloso e sensível a preço, reforçando a importância de estratégias de CRM, fidelização e pricing dinâmico. 

Principais insights para o varejo 

Neste contexto destaca-se: 

  • Inflação: nível moderado (BR 4,3%; SC 4,5%), ainda pressionando margens. 
  • Meios de pagamento: PIX consolidado como principal, abrindo espaço para fidelização via cashback e carteiras digitais. 
  • Canais de venda: e-commerce e omnichannel seguem em alta, mas com custos logísticos crescentes. 
  • Mix de consumo: itens essenciais (alimentação, farma e lar) puxam o desempenho, enquanto duráveis seguem instáveis. 
  • Santa Catarina: destaque como mercado mais resiliente, com ticket médio sazonal projetado entre R$ 200 e R$ 250. 

Serviços: Motor do crescimento em 2026 

O setor de serviços seguirá como o mais dinâmico da economia, +2,2% no Brasil e +2,8% em SC, destacando-se saúde, educação, turismo, logística e serviços digitais (TI e SaaS), que continuarão crescendo acima da média. Apesar da pressão inflacionária estrutural em áreas como aluguel e saúde, o setor deve sustentar o nível de emprego e ampliar a digitalização e a jornada omnichannel. 

Indústria: Crescimento baixo e desafios de competitividade 

A indústria mante-rá ritmo lento de +1,0% no Brasil e +1,5% em SC em 2026. Juros elevados, câmbio volátil e altos custos de energia pressionam a competitividade. Por outro lado, há oportunidades em automação, inovação tecnológica, reindustrialização verde e no fortalecimento de setores tradicionais de SC, como agroindústria e têxtil. 

Santa Catarina: Acima da média nacional 

Mesmo com sinais de desaceleração, Santa Catarina se destaca pela resiliência, com um PIB acima da média nacional, dinamismo no varejo e serviços, além de forte base industrial e logística. O estado se mantém como praça estratégica para expansão e consolidação de negócios. 

O que as empresas precisam fazer para atender as demandas desse cenário 

  • Eficiência e produtividade: reduzir custos operacionais, otimizar estoques e fortalecer canais digitais. 
  • Gestão de margem: atuar com mix inteligente, negociação com fornecedores e precificação dinâmica. 
  • Fidelização do consumidor: investir em CRM, programas de recorrência, cashback e assinatura. 
  • Aposta em SC: aproveitar o dinamismo local em varejo, serviços digitais e agroindústria como âncora de crescimento. 
  • Transformação tecnológica: acelerar a digitalização de canais e a automação de processos industriais. 

Considerações finais 

O período de 2026 será de crescimento moderado, marcado por consumidores mais racionais e margens pressionadas. Enquanto o varejo desacelera, os serviços assumem o protagonismo, e a indústria precisa se reinventar para retomar competitividade. Santa Catarina se mantém como mercado de oportunidades, mas exigirá estratégias cada vez mais sofisticadas para capturar valor em meio à nova dinâmica econômica. 

Autor: Prof. Verner Luis 

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